PcDs no mercado de trabalho: confira 5 dicas para aumentar a inclusão na sua empresa

De acordo com o último censo do IBGE, 17,3 milhões de brasileiros (8,4%) têm algum tipo de deficiência. No total da população acima dos dois anos, os PcDs  estão divididos em:

  • 1,1% tem deficiência auditiva
  • 1,2% tem deficiência intelectual
  • 2,7% tem deficiência nos membros superiores
  • 3,4% tem deficiência visual
  • 3,8% tem deficiência nos membros inferiores

No entanto, destes 17,3 milhões de brasileiros PcDs, apenas 28,3% que têm idade de trabalhar estão no mercado de trabalho. Porém, entre as pessoas sem deficiência, 66,3% trabalham.

Além do índice de PcDs no mercado de trabalho ser desigual ao restante da população, o salário também é baixo: R$ 1.639 mensais, em média, na comparação com o rendimento médio de R$ 2.619 de pessoas sem deficiência.

Continue a leitura e confira mais sobre PcDs no mercado de trabalho e dicas para aumentar a inclusão na sua empresa.

LEI DE COTAS

Para começo de conversa, existe uma Lei que defende a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Conhecida como Lei de Cotas, a Lei nº 8.213/91 determina que empresas com 100 colaboradores ou mais devem ter cerca de 2% a 5% de PcDs em seu quadro de funcionários.

A Lei de Cotas é vista como positiva e uma política de inclusão necessária para dar a oportunidade para que pessoas com deficiência exerçam funções relevantes em uma empresa, assim como qualquer outro colaborador.

Afinal, quais são os impactos na contratação de PcDs?

  • Gestão humanizada
  • Retenção da melhor força de trabalho
  • Oportunidade de conhecer diferentes vivências
  • Ampliação da acessibilidade física e tecnológica
  • Mais representatividade entre o público e a empresa
  • Imagem corporativa positiva na sociedade e com parceiros de negócios

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No entanto, nem todas as empresas se aproveitam desses impactos. Segundo dados de 2021 do Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil sobre o Cumprimento da Cota para Pessoas com Deficiência e Reabilitados (Lei nº 8.213/91), apenas 49,81% das empresas têm funcionários PcDs.

A Lei de Cotas está aplicada para PcDs que tenham deficiências visual, física, auditiva, mental ou múltipla (visível ou não). A comprovação da deficiência deve ser feita por laudo médico e Certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante todos os direitos para colaboradores PcDs que, dependendo do seu grau de deficiência e tipo de tratamento médico, podem trabalhar em horário flexível e reduzido, com proporcionalidade de salário.

Além disso, a Lei de Cotas também dá direito de adaptação do ambiente físico de trabalho e habilitação e reabilitação profissional, além de tarefas e rotinas adequadas às suas peculiaridades.

COMO AUMENTAR A INCLUSÃO NA SUA EMPRESA?

Recrutamento acessível

O ideal é que o processo de recrutamento seja acessível e disponível em diversos formatos como: braille, letras grandes, áudio. Além disso, o local da entrevista deve ser acessível para cada candidato.

Também é importante explicar muito bem as qualificações exigidas, assim como as obrigações da vaga.

Atente-se para a individualidade de cada candidato, PcD ou não: o importante é a entrega do que foi pedido e não a maneira como o trabalho foi realizado. 

Prepare a equipe

Toda a equipe de colaboradores deve saber sobre a contratação PcD, entendendo a importância da inclusão no ambiente de trabalho. 

Sendo assim, ações de incentivo devem ser feitas para que todos os colaboradores mantenham a boa convivência, desfazendo-se de preconceitos e resistências.

O cálculo dos níveis de aceitação e rejeição entre a equipe é importante para a criação de novas rotinas de trabalho e acessibilidade, promovendo a integração entre as pessoas e garantindo um clima organizacional saudável.

Ações e treinamentos constantes (com toda a empresa)

Qual é a importância de viver em uma sociedade inclusiva? 

Talvez, muitos colaboradores da sua empresa não saibam a resposta para essa pergunta e não compreendam que conviver com diferentes experiências e dar uma oportunidade para todos é essencial na criação de uma sociedade mais igualitária. 

Por isso, ações e treinamentos constantes são necessários para conscientizar seus colaboradores no ambiente de trabalho, confiando de que levarão todo esse ensinamento para outros lugares.

Mapeamento de acessibilidade

O prédio da sua empresa é inclusivo? Bom, oferecer um ambiente físico acessível é importante não só para colaboradores, mas também para parceiros de negócios, clientes, entre outros.

Todas as adaptações devem ser executadas de acordo com a Norma Técnica Brasileira n° 9050 (NBR-9050), verificando os seguintes aspectos:

  • arquitetônica/estrutural — obstáculos no prédio
  • comportamental — preconceitos e discriminações
  • instrumental — obstruções nas ferramentas de trabalho
  • comunicacional — empecilhos na comunicação interpessoal
  • programática — barreiras sutis nas políticas e normas da empresa
  • metodológica — impedimentos da metodologia e nas técnicas de trabalho

Guia de Relacionamento

De acordo com o SEBRAE SP, para que a inclusão seja aprendida e exercida, adaptações precisam ser feitas para se tornarem normais, gradativamente.

Por isso, foi criado um Guia de Relacionamento. Entre as orientações gerais: 

  • Sempre que quiser ajudar, ofereça antes
  • Trate a pessoa com deficiência como qualquer outra
  • Não subestime as possibilidades nem superestime as dificuldades

Orientações de relacionamento com PcDs auditivos:

  • Acene para iniciar uma conversa ou toque
  • Tendo dificuldade de entendê-lo, não tenha receio de pedir que repita
  • Fale naturalmente e, se for necessário, comunique-se por meio de mímicas ou bilhete

Orientações de relacionamento com PcDs físicos:

  • Não se acanhe em usar palavras como “andar” ou “correr”
  • Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão

Orientações de relacionamento com PcDs intelectuais:

  • Procure dar instruções claras e objetivas
  • Não confunda deficiência intelectual com deficiência mental

Orientações de relacionamento com PcDs visual:

  • Ao conduzi-lo, ofereça seu braço para que ele segure
  • Ao iniciar uma conversa, toque em seu braço e identifique-se
  • Ao explicar a direção, indique a distância e pontos de referência com clareza como “X metros a direito”, ao invés de “por ali”

A sua empresa está precisando aumentar a inclusão para PcDs? 

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